Brigadistas combatem focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Goiás
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Brigadistas combatem focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros (GO)
Brigadistas estão combatendo, desde domingo (28), focos de incêndio que ameaçam cinco municípios na Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Quem vive na região está preocupado com o avanço das chamas. Quando o dia amanheceu, deu para ver que não sobrou nada da pastagem. O fogo já atingiu, ao menos, cinco municípios: Minaçu, Teresina de Goiás, Niquelândia, Monte Alegre de Goiás e Cavalcante, onde fica a fazenda da aposentada Flávia Maria Ribeiro. A propriedade recebe animais resgatados pelo Ibama, como duas antas que chegaram ali ainda filhotes. Com o incêndio cada vez mais perto, Flávia teme o que pode acontecer com os bichos, que ainda precisam de tempo para se adaptar à vida selvagem.
Flávia Maria Ribeiro, aposentada: O certo é que eles sejam soltos apenas com colares de monitoramento. E a gente fazer isso de uma forma branda.
Repórter: Se houver essa ameaça, eles terão de ser soltos.
Flávia: Eles terão que ser soltos.
O município de Cavalcante é extenso, e o fogo não ameaça diretamente quem vive na cidade. A preocupação lá é com o estrago que o incêndio provoca ao meio ambiente. Esse é um dos poucos territórios do bioma Cerrado ainda preservados no Brasil. O coordenador-geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, explica a importância do Cerrado:
“Se a Amazônia é como se fosse o chuveiro, o lugar onde forma a chuva, o Cerrado é como se fosse a caixa d’água. É onde a água se acumula e ela depois é distribuída para as bacias hidrográficas. Quando você perde a vegetação nativa, você diminui, digamos, a capacidade dessa caixa d’água. O Cerrado é essencial para a segurança hídrica do país”, afirma.
Brigadistas combatem focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Goiás
Jornal Nacional/ Reprodução
Os brigadistas também temem que o fogo se espalhe pelo território da comunidade quilombola Kalunga, onde há quatro focos sendo combatidos.
“Quando chega um foco de incêndio, começa a queimar, ainda mais em uma época crítica dessa, o fogo acaba afetando tanto nós no extrativismo quanto a vida no Cerrado, os animais que são queimados não tem mais volta”, conta Adriano Paulino, presidente da Associação Quilombola do Engenho.
Os ventos fortes e a umidade do ar abaixo dos 20% dificultam ainda mais o trabalho dos brigadistas para chegar às linhas de fogo.
“A gente já está um pouco desgastado também. Dá um tempo, pega uma energia de novo, trabalha para combater o fogo”, diz o brigadista Luciano Alves dos Santos.
Desde esta quinta-feira (2) à tarde, eles contam com a ajuda de um helicóptero do Ibama.
“É uma área de difícil acesso, com muitas montanhas. Então, ele agiliza o tempo para gente poder pegar brigadista em um ponto e levar para o outro”, explica Cássio Tavares, coordenador da brigada do Prevfogo/GO.
Outra preocupação é evitar que o fogo chegue ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - que continua funcionando normalmente.
O Ibama e ICMBio afirmaram que o fogo foi provocado pela ação humana, mas primeiro querem controlar os focos antes de investigar se o incêndio teve origem criminosa ou não.
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